O Poder do Conteúdo Nativo no Digital
Já passou da hora de você (re)pensar seu conteúdo nas mídias sociais!
Hoje quero falar sobre algo que me incomoda nas redes sociais, e pode incomodar você também: ser interrompido nas mídias digitais.
Parece que há um desespero das marcas em utilizar dos recursos disponíveis na tentativa de vender à qualquer custo, com chamadas de "compre de mim", "o meu produto é o melhor" e "você não pode perder, ligue agora". Os resultados das imposições, muitas vezes, não chegam, e me parece que as marcas não percebem que querer resultados com essa lógica hoje é querer um milagre da noite pro dia.
Ao invés dessa “estratégia” de marketing vender, ao utilizar da publicidade que “entra sem pedir licença” nas mídias sociais, a marca acaba colocando as pessoas em um estado de espírito ruim, antes mesmo delas chegarem à sua mensagem de marketing.
Hoje os consumidores não são mais alvos passivos. Nós estamos cada vez mais seletivos e exigentes, nossos hábitos e comportamentos mudaram.
Não assistimos a qualquer programa, rolamos o nosso feed incansavelmente sem parar, nosso cérebro já trabalha para ignorar banners, usamos aplicativos para bloquear anúncios nos navegadores e quase que automaticamente pulamos as propagandas. Os anúncios no YouTube e Facebook, por exemplo, já são comprovadamente considerados os mais irritantes, de acordo com a Pesquisa.
Nesta nova realidade, você não pode exigir atenção. Você tem que merecer.
O que acontece é que o digital não veio com o manual.
Para Gary Vee, no livro "Nocaute: Como Contar Sua Historia no Disputado Ringue das Redes Sociais"**, não é que as empresas não estejam tentando. A maior parte já percebeu que estar nas mídias sociais é crucial para a visibilidade e credibilidade da marca e por isso estão lá. Só não tem feito o trabalho direito ainda.
“O marketing tradicional não passava de uma luta de boxe unilateral. Era uma luta injusta, mas funcionava. Os clientes tinham de levar o soco, porque não dispunham de outro lugar para consumir sua mídia. As mídias sociais, porém, finalmente lhes deram uma vantagem”. @garyvee
Nas mídias sociais, pessoas e marcas estão de igual pra igual. Qualquer marca (seja a padaria da esquina ou a Coca-cola) usa exatamente a mesma linha do tempo do Facebook que eu. Sim, e que você também! Não há diferença nenhuma. Exceto pela vantagem de marcas grandes (por exemplo) ter bastante dinheiro para investir.
Mas para uma marca se tornar influente é preciso mais que isso, não basta somente escolher os canais certos, é necessário conhecer a fundo seu público, a plataforma, agir como o usuário e utilizar o poder do conteúdo nativo. Para Gary, uma marca capaz de dominar o conteúdo nativo torna-se humana nas mídias sociais.
"Ao contrário da maioria das táticas de marketing enfiadas goela abaixo dos consumidores, uma boa mídia social nativa tenta melhorar a interação do consumidor com a plataforma e não distraí-lo". @garyvee
Mas, o que é conteúdo nativo?
Nativo significa estar em um lugar ou ambiente em que algo nasceu. Um conteúdo nativo é uma técnica de marketing estratégica de criar e distribuir um conteúdo valioso, relevante e consistente para atrair e conquistar um público claramente definido.
"O termo é a tradução do inglês Native Advertising (ou Native Ads), que dá nome à publicação de conteúdo em um determinado canal, contextualizado na experiência do usuário, ou seja, sem interferência".
Rock Content
É aquele conteúdo que integra sua mensagem àquilo com que as pessoas já estão lendo, assistindo…é como se o conteúdo naturalmente fizesse parte daquele ambiente, sem ser estranho ou invasivo, sem a pessoa se sentir "agredida" ou, como citei no início do texto incomodada. E é isso que queremos, não é mesmo? Afinal:
Você já deve ter percebido que as formas tradicionais de marketing estão cada vez mais ineficazes, principalmente, quando são recicladas no digital. E o questionamento de Gary para isso, é o seguinte:
Como as marcas podem esperar que alguém se importe com o que elas têm a dizer?
Logo, conteúdo de qualidade é a grande chave! Desenvolver algo compartilhável, relevante e orientado pelo valor.
"Um conteúdo nativo é o que se funde à perfeição com as ofertas da plataforma e conta histórias que engajam o consumidor em um nível emocional" Gary Vee
É aquele conteúdo que a pessoa leva uma fração de segundo para perceber que a história está sendo contada por uma marca, e não por uma pessoa. Ou, da mesma forma, aquela publicação, e-mail, texto ou foto que parece muito publicado por uma pessoa e não por uma marca. E vocês sabem do que estou falando:
Fazer conteúdo nativo é uma arte. Você está disposto a se tornar um artista?Você tem que vender sem vender, contar uma história genuína, que se conecte emocionalmente com pessoas e, de quebra, mostrar o que sua marca representa e defende. Ninguém disse que seria fácil.
O livro traz 4 dicas para quem que apostar nesse formato:
- Simplifique
2. Torne memorável
3. Crie uma aparência convidativa
4. Faça com que seja divertido de ler
Mas porque ele funciona melhor?
Porque é um tipo de marketing “atrativo”. A pessoa faz uma escolha ativa para se envolver e engajar com um conteúdo nativo porque é algo que ela acha interessante ou porque o conteúdo parece ajudar a resolver um problema. Mas, para isso, você precisa garantir que o que você produz é de alta qualidade e o melhor da sua área.
Ele funciona, porque as pessoas podem não estar afim de comprar hoje, ou no momento que verem seu conteúdo, mas, segundo Gary: nunca se sabe o dia de amanhã. Para o autor, haverá muito mais chances de que comprem de uma marca que as entende e que representa seus valores do que com uma que elas não tem vínculo emocional.
Você quer exemplos, @?
"O investimento do BuzzFeed Brasil em vídeos criados para o Facebook ganhou força em 2017. O conteúdo é pensado para a plataforma e distribuído genuinamente na rede social, sem gerar clique no site. Manuela Barem afirma que a decisão de investir neste modelo tem como foco o relacionamento do público com os materiais". Portal Comunique-se
Em resumo, o conteúdo nativo ajuda você a levar as pessoas a ouvir a história da sua marca e as que ela tem pra contar nas mídias sociais, mas pra isso é necessário:
a) usar o idioma nativo da plataforma;
b) prestar atenção ao contexto e ao que engaja o seu público;
c) criar um conteúdo de qualidade.
*Texto baseado no livro "Nocaute: Como Contar Sua Historia no Disputado Ringue das Redes Sociais" — Gary Vaynerchuk São Paulo, HSM do Brasil, 2016.